segunda-feira, 28 de outubro de 2013

25 de outubro - Dia do Dentista

"Você não quis medicina?". 
Tem pergunta pior que essa? Me incomoda mais do que o "vai doer?". Rsrs... Pois é. Com respeito aos queridos médicos, não. Não quis fazer medicina. 
Eu escolhi sentar o popô numa cadeira, resolver a dor do cara que teve que sair mais cedo do trabalho, restaurar o dente frente da moça que tinha um seminário pra fazer na faculdade, dar um "dente novo" pra aquele cara que é casado há cinco anos e morre de vergonha da esposa saber que ele usa prótese. Escolhi não machucar a mão porque tenho que trabalhar segunda-feira. Escolhi ter dor na coluna e ser reconhecida só pelo cheirinho de eugenol no ônibus. Escolhi estudar quase 5 anos pra poder, munida de uma carteirinha de três letras,  mandar alguém cuspir e fazer isso com carinho...rsrs. 
Escolhi ser dentista! ! Eu e tantos outros que tomaram essa decisão por puro amor...pena que a gente trabalha de máscara. Talvez dessem mais valor se vissem nosso sorriso ali atrás! PARABÉNS (adiantado) PRA NÓS!
25 De outubro - dia do dentista

Os argumentos do meu sim (noivado)

Sou daquelas que não pensam em noivado como um "firmar compromisso". Compromisso vem muito antes de noivado e requer responsabilidade e lealdade, muito antes de beijinhos, carícias e amassos. Se você começa um noivado pra firmar qualquer coisa, companheiro, já começas do avesso. O noivado é simplesmente um símbolo de uma data muito especial que está perto de chegar ( e ressalto: perto). 
Pra sorte do mocinho chamado noivado, ele também tem as alianças como protagonistas. Ora, ora... os tão sonhados pedacinhos de ouro passam a fazer dos nossos anelares direitos seu habitat. Vem com esses pedaços a liberdade de sonhar alto, de olhar coisas de noiva, de pedir orçamentos de festa, de fuxicar lingeries e revirar sex shops.
Mas vem com o anel também a sensação de cuidar do dono do outro par da aliança, de conquistá-lo e motivá-lo a gostar de você. Não sai da minha cabeça que no meio de tanta gente, foi o meu dedinho que ele escolheu pra fazer de mim a mulher da vida dele pra sempre e cabe a mim deixar transbordar o coração de amor e retribuir essa escolha com a inundação que o amor provoca.

"Pra sempre" mesmo. Quem disse que pra ser feliz pra sempre eu preciso casar várias vezes ou namorar vários homens? Desde quando inventaram um protocolo de felicidade?
Se escolho levar uma aliança no dedo, é porque decidi carregar com ela todo o peso dessa decisão (acreditem, é muito maior que os gramas do ouro). Escolhi ser paciente, optar pela tolerância, pensar duas vezes. Decidi ter peito pra brigar, conversar, re-pensar. Não estou aqui brincando de entrar na igreja com vestido branco - isso eu teria feito nos meus 15 anos.
Estou aqui acreditando no amor, no partilhar a vida, no acordar junto, no cozinhar junto, dividir o lençol, passar roupa, lavar louça, lavar tênis, parar com a eterna mania do 'soneca' no despertador, renunciar o cobertor de pêlo por causa da rinite alheia. Estou acreditando que o mundo não é mais completo sem o Davi.

Não escolhi casar por moda. Escolhi acreditar no 'PRA SEMPRE'.

E foram esses alguns argumentos do meu sim.

De uma "formanda" sendo formada

Estou diante de um grande momento da minha vida. 

Todo mundo tem focado no casamento e me olhado como noiva, mas meu coração não bate só pelo sonho do véu e da grinalda. Desde pequenininha, os dentinhos me chamavam a atenção e martelava na minha cabeça a vontade de trabalhar com eles. 
Fiz os anos da escola, não fui aluna diferencial e nem excepcional. Fui totalmente normal em todos os sentidos,mas o terceiro ano chegou e eu me vi com a oportunidade de correr atrás de um grande sonho. Arregacei as mangas e fui correndo pra aquilo que eu acreditava. Entrei no vestibular sem saber o que era "mol", mas disposta a aprender tudo que eu precisava pra chegar no meu objetivo. Tive uma força sobrenatural e professores excepcionais nessa fase!
Sou filha de pais que não puderam completar seu estudos, mas que têm uma inteligência acima de qualquer diploma. Essa inteligência os fez acreditar em mim e me incentivar a ser "gente grande".
Passei pra UFF, morei 4 anos e mais que meio em Friburgo (greve), morri de saudades dos meus pais e do Davi, chorei de preocupação, aprendi a servir a Deus longe da igreja, engordei, emagreci, fiz novos amigos, alisei a raiz do cabelo, decidi cursar odontopediatria e ser professora (e a endo veio ser trampolim disso), gastei um milhão de reais em xerox que não li, estudei e fui mal na prova, não estudei e fui bem na prova, aprendi a tirar mancha de roupa branca, senti muito frio, vi minha casa pegar fogo, doeu, cresci e hoje, estou há algumas horas de um grande sonho vir a tornar-se real.

Queria muito poder ter todas as pessoas importantes pra mim participando disso. É um sonho muito intenso e pelo qual, eu lutei muito, suei muito e corri muito atrás. Estou muito feliz, porque eu não achei que fosse capaz de chegar aqui, mas é com MUITO MUITO ORGULHO E GRATIDÃO A DEUS que eu digo:

C-O-N-S-E-G-U-I-!

22 anos

22 anos

Aproveitando a figurinha dos dois patinhos na lagoa, o que eu me desejo esse ano é que eu tenha capacidade de flutuar sobre algumas águas que aparecerem. 

Alguém me ligou ontem e chegou na essência do que eu desejo para essa nova idade. A pessoa me desejou que 2013 seja realmente um ano que me faça passar por cima das cicatrizes abertas de 2012, que a dor dele seja zerada e que eu só lembre o quanto crescemos. Que venha um ano de conquistas, de alegria e que tudo se faça NOVO.

Não acredito nada em numerologia. Não acredito em um ano que vai ser feliz porque mudou uma sequência de números ou porque algum planeta entrou em órbita com outra coisa espacial... ihh... nada disso. Mas eu acredito em memórias. Acredito que, nó seres humanos, aprendemos a contar o tempo em anos e cada um deles nos deixa marcas boas ou não. É por isso que eu esperei tanto por essa nova fase. Fase de NOVAS memórias.

Quem me conhece de pertinho e chorou comigo o ano passado, viu que eu queria muito virar a página. Eu quero ter a oportunidade de terminar um ano com marcas menos profundas que as de 2012 e poder ver os meus pais "dançando sobre toda a dor".

É o ano dos 22 anos. É o ano da formatura oficial. É o ano do casamento. É o ano de uma viagem bonita. É o ano que eu mudo de cidade. É o ano em que a obra do Mercado acaba (ahh... mas isso merece um texto a parte).

Que seja uma idade linda, aos pés da cruz do Senhor, sem fumaça nenhuma e de FESTA. MUITA FESTA!
Feliz 22 anos pra mim e pra todo mundo que fez e faz parte disso! 

De um passado que ainda está passando.


Publicado em Facebook:

Hoje é dia 8 de março de 2013 e eu preciso compartilhar uma história.

Neste mesmo dia do ano passado, eu estava na rua em Friburgo (ainda fazendo faculdade) com duas amigas quando um telefone tocou me trazendo a notícia de que um mercado no centro de Arraial do Cabo estava pegando fogo. Imediatamente eu liguei para minha mãe. Quando ela atendeu, ouvi diversas vozes, gritos, sirenes e correrias. No meio disso tudo, eu só consegui dizer:
- Mãe, foi o nosso, não foi?
Ela só chorou e eu entendi.

A partir daquele momento, começou a correria, as ligações, o desespero. Eu só tentava entender o que estava exatamente acontecendo, se tinha alguém na minha casa, até onde o fogo estava indo, se já haviam apagado...um pânico tamanho que eu me recuso a relatá-lo aqui em palavras.

Com medo de me deixarem ir embora dirigindo, Davi saiu de Niterói e me pegou em Friburgo. Só consegui chegar em Arraial meia-noite e pouca daquele dia.
Quando cheguei, me deparei com uma cena inesquecível. A minha casa completamente preta, cheirando a queimado, TUDO derretido e jogado na calçada e um carro de polícia cercando pra que os curiosos não entrassem lá. Não consegui engolir aquela cena e expliquei ao policial que eu morava ali e precisava entrar. Ele deixou.
Fui a primeira a entrar lá. O chão ainda estava quente e uma camada úmida, quente e gordurosa encostou em mim como se me dissesse exatamente o que tinha acontecido. Foi horrível. Eu queria sair dali e ir pra minha casa, a de verdade, branquinha de paredes verdes e com as nossas fotos penduradas.

No outro dia, Deus levantou um monte de gente que foi até lá limpar com a gente. Veja, sabão em pó, querosene, ácido muriático, bombril...tudo pra tentar tirar aquela marca preta da parede. Tiramos todos os nossos objetos e jogamos numa caçamba porque não serviam mais (fogão, geladeira, quadros de fotos, computador, roupas, móveis...tudo). Infelizmente, 3 dias depois a defesa civil condenou o prédio e começou a demolição (a parte mais intrigante pra mim).
Pra resumir a história, ficamos morando por 1 mês na casa de um amigo que emprestou uma quitinete, depois fomos para uma quitinete que a minha mãe tinha e estava alugada. Nesta, nós estamos até hoje.

Hoje, 1 ano depois do acontecido, nós estamos vivos, rendidos ao poder de um Deus que AMA e ama com um amor que eu pude (e ainda consigo) palpar. A obra da reconstrução começou, o mercado já está hoje em fase quase final, se é que posso olhar com olhos de fé mais uma vez. A casa ainda não, mas em breve...quem sabe?
Estive lá com a minha mãe ontem, olhei pra ela chorando e disse assim: mãe, amanhã faz um ano, neh? Ela me respondeu: faz sim. Não deu dessa vez, mas nos dois anos, isso tudo vai ter acabado e vai estar tudo bonito de novo, mais ainda que antes.

Eu não tenho como expressar maior admiração para aquele olhar de guerreira. Ela é o maior exemplo de força que eu já vi em um ser humano. E se alguma professora de português me pedisse um exemplo de ironia, eu responderia que foi a minha mãe ter passado por isso tudo justamente no dia internacional da mulher. Então hoje a minha homenagem é exclusivamente dela porque, diante dela, eu não sei mesmo o que é ser mulher de verdade.

Se mulher é uma outra palavra que define força, PAI E MÃE, feliz dia da força pra gente!